Agenda - Setembro 2023

16/09 | 15h
7° Encontro Extraordinário
Guilherme Teixeira | Artista visual

Arte como jogo de inventar mundos

No próximo dia 16 de setembro, sábado, a partir das 15h, acontece o 7º Encontro Extraordinário. A ação, realizada pelo Estúdio Extraordinário (EE) integra o Projeto “Estúdio Extraordinário", realizado pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo – ProAC - Edital n° 50/2022.

Dessa vez, o tema será “Como a arte inventa mundos”, trazendo o artista Gui Teixeira para compartilhar sua pesquisa e produção artística. Em suas obras Gui Teixeira costuma desafiar o público em ações corporais colaborativas, envolvendo equilíbrio, risco, experiência, escolhas, construção ou rearranjo com materiais diversos, por vezes objetos, instalações ou em grandes jogos de armar.

Quem é Guilherme Teixeira?

Guilherme Teixeira pesquisa aproximações entre arte e pedagogia, entre o brincar/jogar e a ação política.

Desafia o público em ações corporais colaborativas, envolvendo equilíbrio, risco, experiência, escolhas, construção ou rearranjo com materiais diversos, por vezes objetos, instalações ou em grandes jogos de armar.

Acredita no caráter lúdico da arte como poderoso elemento instaurador de comunidades e indivíduos conscientes.


02/09 | 14h às 20h
4ª Ação Extraordinária
Curadoria de Sylvia Werneck

A 4a Ação Extraordinária traz obras dos artistas César Meneghetti, Iza Figueiredo, Leka Mendes e Renato Almeida. Artistas de poéticas distintas, o que os conecta nesta mostra é a atenção que devotam ao mundo que os rodeia, em variadas abrangências. Enquanto César Meneghetti escolhe cidades dos quatro cantos do mundo para captar a essência de suas formas, Renato Almeida mapeia o domínio eclesiástico sobre o Cone Sul. Leka Mendes aplica seu interesse por geologia à região de Itu em camadas de tempo. Iza Figueiredo traduz elementos que recolhe da natureza em um código muito particular.

A 4ª Ação Extraordinária faz parte do Projeto “Estúdio Extraordinário", realizado pelo Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo – ProAC - Edital50/2022. A nova mostra ficará em exposição até dia 4 de Novembro.


Curadoria

Sylvia Werneck

É crítica de arte, curadora independente, pesquisadora e professora, especializada em arte contemporânea, sobretudo da América Latina. É membro das Associações Brasileira e Internacional de Críticos de Arte (ABCA e AICA), correspondente da Revista Artnexus e colunista da Revista babEL. Graduada em Artes Plásticas pela Universidade Mackenzie, tem especialização em Estudos de Museus de Arte (MAC-USP, 2004), mestrado em Estética e História da Arte (PGEHA-USP, 2007), doutorado em Integração da América Latina – Comunicação e Cultura (Prolam-USP, 2013). Faz curadorias em museus e espaços culturais desde 2008, foi professora universitária e parecerista de diferentes editais e projetos de artes visuais, ministra cursos livres e conduz mentorias para artistas em instituições e espaços culturais independentes. Integra o corpo curatorial do Lux Espaço de Arte, escreve independentemente para diferentes publicações e assina textos em catálogos de exposições. Atua como parecerista de revistas acadêmicas e participa de júris de premiações, seminários e congressos. 

Projeto Fronteira e Varandinha

Renato Almeida

Nasceu na cidade de São Paulo, Brasil, local onde vive trabalha. Mestre e Doutor em Artes Visuais pela Unicamp, sua poética é desenvolvida com base em objetos escultóricos, desenhos, ações corpóreas e registros em vídeo. Pesquisador, artista e professor de artes visuais, têm como objeto de estudo os indícios produzidos por uma sociedade contemporânea urbanizada como ponto de partida e suporte para a práxis artística, considerando conceitos como o trabalho, a memória, o vestígio e a alienação, como elementos chave que permeiam todo seu raciocínio artístico. Os indícios avistados, coletados, registrados ou vivenciados trazem em si toda uma carga simbólica apresentada por sua forma, função existência pré-concebida em uma determinada cultura

Projeto Sala Galeria

Iza Figueiredo

É artista visual e arte-educadora. Natural de Pindamonhangaba, vive em Itu. Formou-se pela FAAP e atua desde a década de 1960, tendo participado de inúmeras exposições coletivas e individuais em espaços icônicos como a Galeria Rex e o Paço das Artes. Como arte-educadora, coordenou cursos e criou materiais educativos para diferentes instituições, entre as quais a Biblioteca Municipal Infantil de São Paulo e o Instituto Tomie Ohtake. Interessada nas coisas do cotidiano, trabalha com uma grande variedade de materiais, dos naturais aos industrializados, em linguagens que se estendem da aquarela ao bordado, da assemblage à cerâmica, invariavelmente subvertendo as regras vigentes sobre as técnicas criativas para criar um vocabulário plástico próprio. 

Projeto Fachada 

Leka Mendes

Graduada em Desenho Industrial na Faculdade de Belas Artes (2004), antes cursou arquitetura na mesma faculdade. Com a pesquisa ancorada na fotografia e imagem, sua produção se desdobra em tecidos, instalações, fotografias, objetos e desenhos. Em seus trabalhos atuais faz uso de vestígios da cidade que coleta em suas caminhadas, sendo na maioria destroços de construção civil e descartes plásticos. Se interessa pelas narrativas da passagem do ser humano na Terra e seus efeitos na transformação da paisagem.

Conta com obras em coleções públicas no Centro Cultural São Paulo, Museu de Arte do Rio de Janeiro e The Fine Art Laboratory, em Tokyo, Japão, dentre outros.


Olho Extraordinário

César Meneguetti

É um artista contemporâneo e cineasta, atuante em vídeo, filme, instalação, fotografia, processos e curadoria. Seu trabalho cross-media entre artes visuais e cinema é reconhecido internacionalmente, e se concentra em questões político-sociais, relacionais, memória, meio ambiente, migração, conceito de fronteiras e subversão de linguagem. Depois de 27 anos no exterior, da Bienal de Veneza, de uma série projetos e exibições em Museus e festivais pelo mundo volta a São Paulo onde vive e trabalha. 

TEXTO CURATORIAL

O espaço geográfico é a acumulação desigual de tempos.

Milton Santos


A matéria que forma o chão é sempre a mesma, independente de como o classificamos, exploramos, nomeamos ou louvamos. Esse chão pode ser uma combinação de elementos químicos, pode ser uma zona em disputa ou um território arbitrariamente delimitado que reivindica uma identidade. É, a um só tempo, tudo isso e nada disso. As possibilidades de significação são infinitas, a depender de quais olhos, em quais tempos, se dispõem a esmiuçá-las.

 

No chão de Itu, muitas realidades se sobrepõem - dos ciclos de pujança do período colonial às articulações republicanas, dos resquícios da Era Glacial aos tornados contemporâneos. Os artistas convidados não estão alheios a essas características, e elaboram suas análises a partir de diferentes pontos de partida. Os motivos que impulsionam seus processos criativos podem pertencer ao campo das ciências naturais, ao âmbito das complexidades sócio-políticas ou mesmo às fabulações poéticas inspiradas pelos encontros fortuitos com formas atrativas. No caso de Leka Mendes e Renato Almeida, os trabalhos apresentados foram especialmente concebidos para esta exposição.


Para quem chega ao Estúdio Extraordinário, o percurso de fruição se dá quase que automaticamente, e começa na instalação de Renato Almeida, “Amor” à América do Sul, que mapeia o domínio eclesiástico sobre a região, conquistado às custas da subjugação e extermínio dos habitantes nativos pelas nações europeias, interessadas nas riquezas naturais.  Na fachada, Leka Mendes joga com a noção de tempo mais alargada do planeta ao se relacionar com a geologia do município. Em contraposição à dureza do varvito ituano, a artista cria camadas moles de acúmulos feitas de lonas e povoadas por “fósseis” desenhados com alvejante, que estarão sujeitos às mudanças causadas pela incidência do sol durante o período da exposição.


A varanda do estúdio está flanqueada (uso um termo bélico propositalmente) por símbolos de fé que pretendem mascarar interesses geopolíticos, numa atmosfera de tensão que se dissipa quando entramos na Sala Galeria. Aqui, as aquarelas de Iza Figueiredo nos convidam a uma introspecção meditativa em torno das pequenas coisas que o cotidiano nos oferece. Feitas a partir da observação de pedras e galhos encontrados em caminhadas na natureza, suas pinturas formam um tipo de código, um alfabeto que não conseguimos decifrar, do mesmo modo que permanecem misteriosas as pequenas preciosidades dispostas no gabinete de vidro.


Em contraposição aos diálogos com o território propostos pelas instalações, o vídeo de César Meneghetti opera na chave do deslocamento, algo tão presente nas histórias das famílias de imigrantes, cujos descendentes são uma parcela significativa das populações da região. No placement dissolve, vertiginosamente, cidades e pessoas num não-lugar onde as complexidades da realidade se convertem em formas e cores.

Cada instalação da 4a Ação Extraordinária nos leva a pensar sobre o território de maneiras diferentes, como também são diferentes as narrativas de acordo com o momento em que são criadas. É neste sentido que diferentes “tempos” acumulam-se e habitam um mesmo espaço.


Sylvia Werneck

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Estúdio Extraordinário - Rua Dr. Graciano Geribello, 24 - Bairro Alto, Itu/SP
Tel: (15) 99784.7146 | E-mail: contato@estudioextraordinario.art.br